Jane L. Levere
The New York Times
Os bares de hotéis, uma vez já encarados como um lugar para executivos se encontrarem ao final do dia, estão sendo remodelados, modernizados e ganhando cardápios mais amplos de pratos e bebidas, à medida em que seus administradores percebem o quanto podem lucrar com eles.
De acordo com a empresa de pesquisas Smith Travel, as receitas com venda de bebidas (geralmente a maior parte acontece nos bares) é a terceira fonte mais importante de lucro dos hotéis norte-americanos, depois da receita com a diária do quarto e receita com refeições. Nos últimos anos, a receita advinda dos bares têm crescido num ritmo mais rápido do que as com refeições e, em 2004 e 2005, mais do que as receitas com diárias dos quartos.
Em 2005, por exemplo, o crescimento de receita proveniente dos bares foi de 16%, contra 11% das diárias de quartos e 7% com refeições. Em 2006, o crescimento da receita dos bares foi de 8%, contra 9% das diárias de quartos e 6% das refeições.
Josep Juncosa, gerente do Conrad Miami, acredita que um hóspede que visita o bar de seu hotel e pede alguns drinques e refeição pode gerar de US$ 50 a US$ 60 em receita.
Os bares de hotéis têm sido até hoje muito populares entre viajantes de negócios, como Larry Cerci, de Nova York, que viaja com freqüência e acha os bares um bom lugar para “interagir com colegas de trabalho e clientes”.
“Muito trabalho é feito nos bares, não é somente happy hour”, diz ele. “Em um momento mais relaxante, todos percebem que você pode apertar as mãos e formalizar os negócios do dia seguinte”.
Mas o renascimento dos bares acontece em parte para atrair mais e diferentes clientes, incluindo mulheres, como Cella Baker, que trabalha para uma associação e viaja 45 semanas por ano.
Ela diz que, como uma mulher solteira, acha que os bares de hotéis são um lugar confortável, onde se encontra um preço razoável para jantar.
“Você geralmente consegue uma boa comida e mais barata do que em um restaurante”, diz ela. “Existem pessoas magníficas no mesmo local, você pode geralmente encontrar alguém para ter uma conversa amistosa”.
Os hotéis estão prestando mais atenção no design de seus bares, porque muitos deles estão sendo visitados o dia todo, não só à noite.
O hotel Park Inn, da cadeia Rezidor Hotel Group, abriu seu primeiro bar, o Bravo Bravo, em abril, na sua filial no aeroporto de Heathrow, em Londres. Filmes são projetados em um telão, e o cardápio para o jantar muda diariamente. O Park Inn planeja abrir cerca de oito bares ao longo do ano que vem.
O Radisson SAS, outra marca da cadeia Rezidor, planeja abrir um pub irlandês chamado Sure, que servirá bebidas e comidas irlandesas. O bar será inaugurado neste mês no Royal Dublin Hotel e, mais tarde, em outros locais.
Desde junho, a cadeia Sheraton testa, das 20h às 22h, um happy hour em seus bares nos hotéis de Nova York Stamford e Boston. A intenção é fazer com que seus hóspedes se desconectem de seus telefones celulares. O vice-presidente da cadeia de hotéis, Hoyt Harper, diz que a empresa expandirá este conceito para outros 15 hotéis de sua rede.
Muitos hotéis estão querendo cativar turistas mulheres. Os programas dos hotéis Westin e Sheraton foram feitos, em parte, pensando nelas. O bar Champagne, do Grand Hyatt Hong Kong, é popular entre as mulheres.
Muitas cadeias de hotéis estão treinando seus funcionários para o melhor jeito de servir e estimular vendas.
O hotel Kimpton fará um processo de treinamento no final deste ano, enquanto o hotel Mandarim Oriental planeja treinar seus atendentes do bar no ano que vem.
O curso, anunciado no começo do ano, será oferecido para 300 hotéis Marriott, J.W. Marriott e Renaissance em todo mundo.
Fonte: Invertia